Já ouviu falar da “Sindrome de Hulk”?
Sentir raiva é algo normal. Todos já passamos por situações em que explodimos de alguma forma. Porém, o excesso de raiva pode causar estragos à nossa vida, bem como para as pessoas mais próximas. Isso podes ser uma doença e tem nome: TEI!
Transtorno Explosivo Intermitente ou TEI ou, como é conhecido popularmente, Síndrome de Hulk. Esse é um distúrbio de comportamento que atinge normalmente pessoas na faixa dos 16 a 35 anos, que, assim como o herói grande e esverdeado da Marvel, transforma o pacato e gentil cientista Bruce Banner no violento e explosivo Hulk, sendo que essa transformação só ocorre quando ele sente raiva.
O Transtorno Explosivo Intermitente (TEI) é um distúrbio caracterizado por um comportamento impulsivo, explosivo e agressivo, que leva a pessoa que sofre desse transtorno a agir de forma descontrolada quando algo a irrita.
Síndrome de Hulk ou o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI) é uma tipo de Transtorno de Controle de Impulsos (TIC’s), do mesmo grupo de doenças como a piromania (fixação por atear fogo) e cleptomania (impulso irresistível de roubar).
O grande problema desse comportamento explosivo é que a pessoa não consegue gerenciar e controlar esse surto, tomando atitudes impulsivas e depois, quando tudo passa, percebe o dano que causou a si próprio e a quem está a sua volta.
Sentir raiva em determinadas situações é um sentimento normal e comum desde que a pessoa tenha total controle e consciência sobre ele. Mas, quando esse sentimento de raiva passa do limite e acaba se transformando em um estado de fúria e agressividade, este pode ser um sinal de alerta para o TEI.
Os principais sintomas que podem ser indicativos da Síndrome de Hulk são:
- Perda de controle sobre impulsos agressivos.
- Ataques de raiva.
- Comportamento reativo.
- Agressões físicas e/ou verbais.
- Frequência cardíaca acelerada.
- Impulsividade.
- Alteração no tom de voz.
- Tremor.
- Suor excessivo.
- Formigamento pelo corpo.
Em geral, alguns desses sintomas antecedem um surto e outros se manifestam durante a crise de comportamento. É importante ressaltar que ataque de raiva é um sentimento normal e uma resposta emocional a determinada situação pela qual o indivíduo está passando. A diferença entre um surto de TEI e um comportamento normal está na frequência e na intensidade da raiva.
No ataque de raiva, a vontade de atacar quem está à sua volta ou quebrar algo que está por perto, até pode existir, mas em questões de segundos esse impulso é parado e controlado.
Já quem sofre com TEI a situação é diferente. A pessoa tem explosões de raiva com muita frequência, em torno de duas a três vezes por semana, e o motivo que desencadeou esse surto é completamente desproporcional e pequeno em relação a atitude da pessoa.
A pessoa que sofre de TEI não tem controle sobre seus impulsos e não consegue reconhecer que esse ataque de raiva é desnecessário e está prejudicando. Geralmente, essas pessoas acabam sentindo muita culpa e se arrependendo após um surto.
Ainda não se pode afirmar com precisão o que leva uma pessoa a desenvolver a Síndrome de Hulk, e também, não existem exames específicos que possam identificar esse transtorno. Mas, vale apontar que o desenvolvimento dessa síndrome pode ser a junção de alguns fatores, como histórico de abuso sexual e/ou físico na infância, traumas, baixa produção de serotonina, hereditariedade e genética.
O diagnóstico é realizado por um médico psiquiatra, que irá solicitar e checar uma série de exames e o histórico médico familiar, além de conversar com membros da família e pessoas próximas. O intuito é encontrar as causas exatas e entender se o paciente de fato sofre com essa síndrome.
Normalmente, só é possível diagnosticar o transtorno a partir dos 6 anos de idade, já que antes disso os sintomas podem ser confundidos com hiperatividade. Além disso, é importante saber que o TEI pode facilmente ser confundido com outras condições psiquiátricas, como a bipolaridade.
Em uma crise considerada leve a pessoa que sofre de Transtorno Explosivo Intermitente faz ameaças e xingamentos e, em surtos mais severos e prolongados podem até mesmo cometer agressões físicas. Em casos graves, além de cometer lesão corporal, a pessoa pode quebrar qualquer coisa que esteja à sua volta, resultando até mesmo em crime.
Outra combinação explosiva são os surtos de TEI e o uso de álcool. Uma motivação de pouca importância e que não justificaria mais que uma reclamação de desabafo, quando associada com o consumo de bebidas alcoólicas, mesmo que em pouca quantidade, pode desencadear ataques de fúria mais graves e intensos.
O tratamento das pessoas portadoras desta síndrome será realizado por uma equipe de saúde multidisciplinar – com psicólogo e psiquiatra, que adotará os procedimentos mais adequados.
Assim que for diagnosticado o transtorno, o primeiro passo é contar com a ajuda de um psicólogo. Na terapia, o profissional ajudará o indivíduo a identificar os gatilhos que fazem com que os surtos sejam desencadeados, além de mostrar os caminhos para que ele saiba como controlar a sua raiva, criando uma rotina de autoconhecimento que permitirá que a pessoa consiga lidar com a questão e enfrentar melhor as adversidades.
Dependendo da gravidade do TEI, também pode ser necessário o acompanhamento com um médico psiquiatra para que ele receite medicamentos que ajudarão na questão.
Outra medida que ajudará no tratamento da Síndrome de Hulk é incluir a prática de atividades físicas na rotina. Além de ocupar a mente, os exercícios físicos são capazes de liberar hormônios, como a serotonina e endorfina, que contribuem para o controle da raiva e ansiedade.
Outra prática saudável é a meditação, muito eficaz para ajudar o indivíduo a se manter focado e com menos ansiedade e estresse. Por isso mesmo, ela é indicada para o tratamento da Síndrome de Hulk e outras condições mentais. Inclusive, muitos psicólogos recomendam a adoção da meditação na rotina logo nas primeiras sessões porque sabem dos benefícios dela para o autocontrole e tranquilidade.
Infelizmente, não há uma cura para a Síndrome de Hulk. No entanto, ela pode (e deve!) ser tratada. Assim, quem é diagnosticado com o TEI deve saber que, a partir do tratamento, será possível ter mais qualidade de vida.
E o mais importante: se você conhece alguém que tenha comportamentos agressivos, não deixe de auxiliá-lo, uma vez que na maioria das vezes a própria pessoa não conseguirá reconhecer o problema e, assim, procurar uma ajuda profissional.
Você sabia que estamos a disposição para ajudar? Conte com nosso serviço de escuta psicológica. É sigiloso, podemos ajudar: