Fevereiro Roxo: Se não há cura, que ao menos haja conforto!
A campanha de conscientização do mês de fevereiro aborda três doenças crônicas que até o momento não têm cura: Alzheimer, fibromialgia e lúpus. Criada em 2014, visa orientar sobre os cuidados preventivos, a importância do diagnóstico precoce e os procedimentos paliativos para quem foi acometido por estes males.
Fevereiro Roxo é uma campanha de conscientização sobre doenças crônicas, como lúpus, fibromialgia e Alzheimer. A campanha tem como objetivo alertar para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado, que podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes
Até o momento nenhuma dessas três doenças podem ser curadas. Assim, a maior preocupação dos profissionais de saúde é quanto aos hábitos e formas de prevenção, a identificação dos sintomas ainda em fase inicial (diagnóstico precoce) e, quando a doença já se encontra instalada no organismo, formas de amenizar os sintomas.
Embora existam formas de controlar e retardar sintomas, além de existir tratamentos que permitam ao paciente conviver com as enfermidades, o diagnóstico precoce, ainda, é o melhor caminho para retardar e controlar sintomas.
A campanha Fevereiro Roxo tem a missão de orientar as pessoas sobre estas doenças crônicas e despertar a população para a importância de proporcionar bem-estar e qualidade de vida para pessoas portadoras destes males.
Para isso, é fundamental conhecer melhor as doenças e seus sintomas, bem como ajudar a saber o momento de procurar um especialista.
Lúpus Eritematoso Sistêmico – Também chamado de LES, essa é uma doença inflamatória e autoimune que afeta múltiplos órgãos e tecidos como pele, articulações, cérebro e rins. Isto é, por ser uma patologia autoimune, o lúpus causa a destruição dos tecidos saudáveis do corpo pelo próprio sistema imunológico sem causa conhecida.
É uma doença que afeta com mais frequência as mulheres e os sintomas podem variar de acordo com a região do corpo afetada. Entre os principais, estão: febre, fadiga, rigidez muscular e inchaço, dores nas articulações, lesões na pele que pioram com exposição ao sol, vermelhidão na face (principalmente, na região das bochechas e nariz), feridas na boca, dificuldades para respirar, dores de cabeça, confusão mental, sensibilidade à luz solar, queda de cabelo, desconforto, mal-estar e ansiedade.
Os sintomas mais leves podem ser tratados com analgésicos, anti-inflamatórios e/ou doses baixas dos corticoides. Nas manifestações mais graves as doses dos corticoides podem ser bem mais elevadas e, quando há envolvimento dos rins, do sistema nervoso, pulmões ou vasculite é necessário o emprego dos imunossupressores em doses variáveis de acordo com a gravidade do acometimento.
Pode envolver, ainda, o uso de medicamentos imunossupressores, cremes e protetor solar para os problemas dermatológicos e até intervenções cirúrgicas, especialmente, o transplante de rim, quando este órgão se encontra seriamente afetado.
Alzheimer – Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil 1,2 milhão de pessoas sofrem dessa doença degenerativa, que afeta a memória e a linguagem. Também parte da campanha Fevereiro Roxo e essa doença apresenta como sintomas principais a falta de coerência na fala e perda de memória.
Dessa maneira, o indivíduo se lembra de histórias antigas e passa a repeti-las, sem se lembrar de fatos recentes, ocorridos no mesmo dia. Ainda que seja relacionada às pessoas de idade mais avançada (em geral, a partir dos 65 anos), a doença pode aparecer precocemente em indivíduos que tenham histórico de casos na família.
Classificada como a principal causa da demência, o Alzheimer torna a pessoa dependente para as tarefas básicas do dia a dia. Ainda sem cura, afeta a capacidade de atenção da pessoa, assim como seu aprendizado e convívio social.
Entre os sintomas que a doença de Alzheimer pode apresentar, os mais comuns são: problemas de linguagem, confusão com horários e dias da semana, desorientação em relação à lugares previamente conhecidos, dificuldade em ou confusão para reconhecer e identificar familiares, amigos e outras pessoas do círculo de amizade e o esquecimento de fatos recentes.
Ao ser diagnosticada ainda no início, é possível introduzir um tratamento terapêutico e medicamentoso que ajuda a retardar o aparecimento de efeitos mais graves. O tratamento é feito com medicamentos prescritos por um neurologista ou psiquiatra, com substâncias que agem no sistema nervoso, regulando os neurotransmissores e melhorando a cognição, o comportamento e a capacidade de realizar atividades diárias.
Além dos medicamentos, também é possível fazer terapias como: Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia ocupacional, Educação de terceira idade, Artes e outras atividades de natureza física, mental ou de sociabilização. Embora não exista cura, o tratamento pode melhorar a qualidade de vida do paciente.
Fibromialgia – É uma síndrome pouco conhecida que afeta em sua maioria mulheres entre 30 e 60 anos. A fibromialgia é uma doença hematológica crônica que se caracteriza por dor generalizada e persistente em todo o corpo, que afeta, principalmente, mulheres, mas também pode afetar homens, crianças e idosos.
A fibromialgia é causada por uma alteração no Sistema Nervoso Central (SNC), que faz com que o cérebro interprete os estímulos do corpo como dor. A doença não é inflamatória e não apresenta evidência de inflamação nos locais de dor.
Os principais sintomas da fibromialgia são: dor generalizada (às vezes intensa), sensibilidade generalizada dos músculos, rigidez muscular, fadiga, sono não reparador, alterações na memória e na concentração, depressão e ansiedade.
O diagnóstico da fibromialgia é feito com base na história clínica e na observação médica.
Não existe uma causa única ou clara para a fibromialgia, como ocorre nas doenças infecciosas. É uma causa multifatorial, que pode envolver predisposição genética, estresse, alterações de humor e as doenças psiquiátricas. Por isso, pessoas com ansiedade e depressão têm mais chances.
Ainda não existem exames para diagnosticar a fibromialgia, por enquanto. Assim, o diagnóstico é clínico e executado por um reumatologista, com base no relato e histórico clínico do paciente. O médico pode até solicitar alguns exames complementares, mas apenas para afastar outras condições que podem causar sintomas semelhantes.
O tratamento para a fibromialgia envolve uma série de condutas adicionais com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente no que se refere à dor, qualidade do sono e humor. Isso pode envolver medicamentos (podem ser desde aqueles sob demanda, se os sintomas são muito intermitentes, ou aqueles contínuos, que podem ser usados isolados ou em combinação, e envolve a prescrição de antidepressivos, anticonvulsivantes e relaxantes neuromusculares.
Junto com o tratamento medicamentosos é recomendado a realização de exercícios físicos, de preferência aqueles que mexem o corpo inteiro e aceleram os batimentos cardíacos do indivíduo e, dessa forma, ser possível reverter a sensibilidade aumentada à dor provocada pela fibromialgia. Caminhar, andar de bicicleta, fazer musculação e/ou Pilates são os mais recomendados nestas situações.
Outro foco do tratamento é no aspecto psíquico, como, por exemplo, a psicoterapia, tratamento colaborativo, em que paciente e psicólogo trabalham juntos. O objetivo é fazer com que o paciente tenha uma percepção sobre os fatores desencadeantes e de estresse. Além disso, o profissional poderá ensinar a pessoa a ter uma vida mais leve e tranquila e com mais capacidade para lidar com o próprio estresse.
Com a visibilidade que o Fevereiro Roxo dá a essas doenças, é possível que a população tenha mais conhecimento sobre seus sintomas e, assim, aumentar as chances do diagnóstico precoce realizado por um especialista.
Se perceber ou conhecer alguém que apresenta os sintomas ou indicativos dessas doenças, não se omita. Conhecimento e diagnóstico precoce em casos como esses, é possível, com a ajuda de um especialista DANAMED, oferecer ao portador da doença um tratamento adequado, ainda que as doenças não tenham cura.
Lembrando sempre que manter hábitos saudáveis é o melhor aliado para uma vida com maior qualidade, postergando ou evitando, muitas vezes, o desenvolvimento de alguma doença.