Faça pausas! Desconecte-se de vez em quando.

23 de janeiro de 2024
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De acordo com uma pesquisa, as pessoas no Brasil passam mais de um terço do dia, em média, conectados à internet. Um índice que, ao ser delineado em dias, aponta que o brasileiro passa 145 dias inteiros, por ano, navegando na internet. Saiba como administrar essa exposição e melhorar sua saúde.  

Vivemos constante e continuamente conectados, praticamente 24 horas por dia estamos antenados às redes sociais, computadores ou tablets. Trabalhamos, estudamos, conversamos, negociamos e, em alguns casos, até namoramos em frente a telas.

Mas, até que ponto isso interfere em nossa qualidade de vida? Totalmente. O celular é normalmente, para a maioria das pessoas, a primeira coisa que usamos ao acordar, ou seja, já acordamos nos comunicando, recebendo notícias, vendo coisas que nem sempre são necessárias e muitas vezes até nos estressando logo cedo.

No Brasil, as pessoas passam aproximadamente 9 horas do dia usando smartphones e computadores. O levantamento foi feito pela plataforma Electronics Hub, um site de informações eletrônicas, a partir da pesquisa Digital 2023: Global Overview Report DataReportal.

Entre 45 países estudados, o Brasil é o segundo com mais pessoas em frente a uma tela. São cerca de 56,6% das horas acordadas em frente a telas.

É importante frisar que o avanço da tecnologia não é algo maléfico para a humanidade, pelo contrário. As revoluções tecnológicas permitem soluções na busca por qualidade de vida das pessoas, à medida que promovem benefícios diretos em todas as áreas da sociedade: medicina, social, economia, trabalho, educação, entre outras.

Hoje, mais do que nunca, a internet é necessária e seu uso com sabedoria contribuiu para o desenvolvimento humano e evolução de todo um país, mas como praticamente em todas as áreas, ela deve andar lado a lado com o equilíbrio e assim evitar a dependência tecnológica. Desse modo, cabe a todos nós entendermos a melhor maneira de tirar proveito disso e saber dosar os níveis para uma vida saudável.

Os riscos da hiperexposição às telas se manifestam em vários âmbitos; desde uma visão afetada, dores de cabeça, coluna, devido à postura, lesões por esforço repetitivo até sedentarismo pelas várias e várias horas sentados e parados.

Além disso, há o perigo que vem de forma sutil e gradativa, as doenças emocionais. A saúde mental pode ser prejudicada por diversos fatores: a vaidade da imagem nas redes, a continua comparação com figuras públicas e influenciadores, o romantismo de rotinas, funções, trabalhos, relacionamentos, maternidade, a cobrança excessiva por conteúdos e por resultados que nem sempre são reais, insegurança, insuficiência, necessidade e imediatismo.

Outro grande problema é substituirmos nosso cérebro por um aparelho digital, a dependência do celular para anotar os compromissos, ver o horário, fazer contas e receber notificações tornam o nosso cérebro acomodado e com preguiça de pensar e assim não exercitamos nossa memória usando a internet como extensão do órgão.

O excesso de informação ao mesmo tempo sem nenhum foco, causa esgotamento, esquecimento e baixa retenção de conteúdos.

Já existem até termos para essa utilização excessiva de smartphones, computadores e TVs inteligentes: a chamada “infodemia” que causa uma “infoxicação”. A dependência de informações gera vício e resulta em fadiga, estresse, ansiedade, depressão e exaustão.

Acostumamos com a presença do mundo digital no cotidiano, por isso, se desconectar não é tão fácil quanto parece e exige força de vontade, constância, disciplina e algumas renuncias.

Vamos tentar nos “desinfoxicar”? Veja algumas dicas prática:

1 – Estabeleça limites – Principalmente crianças menores de 10 anos precisam ter um regramento de quantidade de tempo de uso diário de telas. A Sociedade Brasileira de Pediatria indica o seguinte:

  • Menores de 2 anos não devem interagir com telas
  • Entre 2 e 5 anos, apenas 1 hora por dia
  • Dos 6 aos 10 anos, apenas 2 horas por dia
  • Dos 11 aos 18 anos, 3 horas por dia
  • E isso não vale apenas para crianças, portanto, coloque regras para você mesmo. Estabeleça seus próprios limites de uso e conexão.

2 – Desinstale apps – Delete do seu smartphone os aplicativos que não trazem benefícios ou que fazem você perder tempo, sair do foco, procrastinar.

3 – Desligue notificações – Você pode desativar as notificações desnecessárias, por exemplos de grupos de mensagens, de aplicativos de entretenimento, de lojas online, entre outros.

4 – Coloque mensagens automáticas – Aplicativos de mensagens permitem você colocar mensagens automáticas do tipo: respondo em até tanto tempo, se for urgente, ligue. Isso ajuda a deixar você mais tranquilo, e também seu interlocutor.

5 – Faça intervalos durante o dia – A cada hora do dia faça intervalos longe do celular ou do computador. Pratique respiração, saia para dar uma volta, vá ao banheiro, faça alongamentos.

6 – Durma o suficiente – Uma boa noite de sono, com quantidade de horas suficientes, ajuda na diminuição do uso de telas. Isso varia para cada pessoa, mas normalmente, o indicado é de 6 a 8 horas.

7 – Pratique atividades físicas – A atividade física, além de manter as pessoas distantes das telas, é extremamente benéfica não apenas para o corpo, mas também para a mente. Exercite-se!