Doenças respiratórias voltam a preocupar.

28 de setembro de 2024
0 Comments

As altas temperaturas, junto com a baixa umidade no ar e a proliferação de queimadas causou um aumento no surgimento de doenças respiratórias. Saiba como identificar esse problema e veja como se prevenir. 

Desde o final do primeiro semestre as unidades de saúde em diversos estados vêm alertando para o crescimento nos atendimentos de pessoas com problemas respiratórios, inclusive com perdas de vidas em decorrência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), uma inflamação severa nos pulmões que dificulta a respiração e pode exigir hospitalização.

Essas notificações e mortes por esta causa deste problema ocorrem justamente no momento em que parte do País é tomada por fumaça de queimadas e incêndios florestais, além da dificuldade na dispersão de poluentes pela falta de chuvas e baixa umidade do ar.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a umidade ideal para a saúde dos seres humanos deve estar entre 50 e 60%.

A umidade relativa do ar é a relação entre a quantidade de água existente no ar (umidade absoluta) e a quantidade máxima que poderia haver na mesma temperatura (ponto de saturação). Ela varia de acordo com a temperatura.

Em um deserto a umidade relativa do ar pode chegar a 15% (que foi o índice registrado em diversas cidades brasileiras), o que favorece o surgimento de problemas de saúde, agravados pela fuligem dispersa no ar causada pelas queimadas.

No verão, a umidade aumenta por causa dos intensos períodos de chuvas, chegando a 100% em um dia chuvoso. No outono e, principalmente, no inverno, a umidade externa é relativamente mais baixa.

Com a baixa umidade do ar, principalmente, em grandes cidades onde há alta concentração de poluição, as vias aéreas sofrem mais e as pessoas podem ter tosse, desconforto para respirar, crises de asma, coriza e obstrução das vias respiratórias.

A fumaça das queimadas pode agravar ainda mais a situação respiratória dos indivíduos, por apresentar partículas finas e gases tóxicos, como monóxido de carbono, dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio, que irritam as vias respiratórias e os pulmões.

Em indivíduos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias pré-existentes, a exposição à fumaça tende a agravar essas condições, podendo, em casos mais graves, levar ao desenvolvimento da SRAG.

Além disso, a poluição causada pelas queimadas compromete a qualidade do ar, aumentando o risco de infecções respiratórias graves, como a pneumonia.

Diante desta situação e para evitar que o número de casos aumente ainda mais, os organismos de saúde recomendam à população adotar algumas providências para reduzir a exposição às partículas resultantes das queimadas.

  • Aumentar a ingestão de água e líquidos para manter as membranas respiratórias úmidas e protegidas.
  • Se estiver em áreas afetadas pelas queimadas, evitar exposição por longos períodos em locais abertos e permanecer em ambientes fechados, preferencialmente bem vedados e com conforto térmico adequado.
  • Manter portas e janelas fechadas durante os horários de maior concentração de poluentes no ar, para minimizar a penetração da poluição externa.
  • Evitar atividades físicas ao ar livre durante este período do ano.
  • Se perceber que os sinais de poluição estão mais evidentes, utilize, preferencialmente, máscaras do tipo N95, PFF2 ou P100, que podem reduzir a inalação de partículas se usadas corretamente por pessoas que precisem sair de casa.

Pessoas com problemas cardíacos, respiratórios ou imunológicos também devem ter cuidados redobrados.

  • Buscar atendimento médico imediatamente na ocorrência de sintomas.
  • Manter medicamentos e itens prescritos sempre disponíveis para o caso de crises agudas.
  • Avaliar a possibilidade e segurança de se afastar temporariamente da área impactada.

É crucial ficar atento a sintomas respiratórios ou outras complicações de saúde e buscar atendimento médico o mais rapidamente possível.

Outra preocupação é o aumento de doenças posterior a essa crise climática, principalmente no que se refere a tipos câncer relacionados ao sistema respiratório em um futuro próximo.

Diferentemente de outras doenças agudas causadas pela exposição prolongada, como síndromes respiratórias, os cânceres podem levar de 20 a 30 anos para serem identificados.

Como as queimadas geram muito material particulado, como liberação de monóxido de carbono, solventes, metais pesados, hidrocarbonetos aromáticos, fuligem, uma gama de material que fica suspenso no ar, esses inúmeros compostos químicos, tornam essa fumaça cancerígena.

Para evitar o surgimento de casos, a melhor prevenção é a eliminação da exposição e adotar rotinas saudáveis para prevenir os casos hoje e no futuro.