Dengue ainda exige cuidados e prevenção

20 de dezembro de 2024
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O Brasil deve registrar cerca de 7 milhões de casos prováveis de dengue até fins de 2024. Com a chegada do verão é esperada uma nova alta nos casos de infecção, o que significa a necessidade de mais atenção no combate ao mosquito transmissor e aumentar os cuidados com a prevenção. Confira!

Até o começo de outubro, o Brasil já registrava 6,5 milhões de casos prováveis de dengue, de acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, o que representa 3.221,7 infectados em cada 100 mil habitantes.

No período, 5.536 pessoas morreram em decorrência da dengue, e outros 1.591 óbitos estão em investigação. Para efeito de comparação, no mesmo período de 2023, foram registrados 1,3 milhão de casos prováveis da doença, com 1.179 mortes confirmadas ao longo do ano. O aumento de casos em 2024 é 400% maior em relação ao ano anterior.

Com a chegada da temporada de verão e as condições climáticas favoráveis, como calor, umidade e chuvas, as autoridades sanitárias preveem riscos da proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, o que reforça a necessidade de políticas públicas eficazes e a adoção de medidas preventivas por toda a população, especialmente, nos estados das regiões sul e sudeste.

O mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, põe seus ovos à beira de água parada, seja ela limpa ou não. Os ovos eclodem quando a temperatura está alta. Dentro dessa água, as larvas se desenvolvem até se transformarem em mosquitos.

Associado com as condições extremas de calor e umidade causadas tanto pelo El Niño – fenômeno climático originário na costa pacífica da América do Sul que ocorre irregularmente de tempos em tempos – quanto das mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global, criam um ambiente propício para o aumento na população dos mosquitos e transmissão do vírus.

Outra agravante é a presença simultânea dos quatro sorotipos da dengue no Brasil, o que é uma situação atípica. Quando se infecta uma vez, a pessoa fica imune àquele sorotipo específico, mas permanece suscetível aos demais. Quanto mais sorotipos estiverem em circulação, maiores serão as chances de quem já se infectou ficar doente de novo.

E, na segunda infecção, a dengue é mais agressiva e o doente corre o risco de desenvolver a forma hemorrágica, que pode matar.

Com esse cenário, os especialistas alertam para uma possível nova alta em dezembro, com expectativa de pico entre março e abril de 2025.

No dia 14 de dezembro último, o Ministério da Saúde iniciou a primeira fase do planejamento de controle da dengue 2024/25, com os agentes comunitários de saúde e de combate às endemias uniformizados e identificados, visitando residências em todo o país. O objetivo é conscientizar a sociedade sobre a importância de medidas simples para conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor da doença. 

Simultaneamente, o Ministério reforçou a distribuição de inseticidas e biolarvicidas aos estados para potencializar as ações de vigilância e controle, além de elevar os recursos para serem aplicados em novas tecnologias, aquisição de materiais para testagem de arboviroses e outras medidas contra surtos da doença e projetos de pesquisa.

Entretanto, além das medidas preventivas e tecnológicas, os especialistas ressaltam a importância da vacinação em larga escala e a participação da população na adoção de medidas preventivas, principalmente na eliminação dos criadouros do mosquito.

Em 75% dos casos, os focos estão nas nossas casas ou no entorno delas e eliminar os possíveis pontos de depósito dos ovos do Aedes aegypti. Segundo o Ministério da Saúde, a campanha é parte de um esforço maior para reforçar a vigilância e a prevenção das arboviroses, especialmente no período chuvoso.

A campanha, lançada em 18 de outubro, alerta a população sobre a importância de eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti com o slogan “Tem 10 minutinhos? A hora de prevenir é agora”, e ressalta a importância de tampar as caixas d’água, descartar o lixo corretamente, manter as vasilhas de água dos animais sempre limpas, guardar garrafas e pneus em locais cobertos, emborcar as garrafas, e retirar a água acumulada de vasos e plantas.

Previna-se e faça sua parte.