Cuide bem dos seus rins

29 de agosto de 2024
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Eles são pequenos, um de cada lado do corpo, e até podem trabalhar sozinho, embora trabalhem melhor juntos. Esses são os rins, órgãos que podem ser considerados os “filtros” do nosso corpo.

Se é que podemos classificar os órgãos do nosso corpo, os rins são os mais “discretos”. São dois órgãos localizados em ambos os lados da coluna vertebral, atrás das últimas costelas, e medem aproximadamente 12 centímetros, pesando cerca de 150 gramas cada.

Os rins são os principais responsáveis pela filtragem do nosso sangue e são eles que eliminam as toxinas geradas pelo nosso metabolismo, além de corrigir o pH e equilibrar a quantidade de água, sal e outros minerais.

Para dar uma ideia mais precisa de sua importância, até a medula óssea também é, em parte, regulada pelos rins, que garantem o seu bom funcionamento para evitar anemia. 

Embora exerçam todas essas funções, nossos rins trabalham de forma silenciosa (daí a classificação de “discretos”) e doenças muito comuns podem ir prejudicando lentamente sua função, sem que nenhum sinal ou sintoma ocorra até fases muito tardias.

Os rins têm três funções principais:

  • Eliminar as toxinas ou dejetos resultantes do metabolismo corporal, tais como a ureia, creatinina, ácido úrico, entre outros.
  • Manter um constante equilíbrio hídrico do organismo, eliminando o excesso de água, sais e eletrólitos. Com isso, ele evita o aparecimento de edemas (inchaços) e aumento da pressão arterial.
  • Atuar como órgãos produtores de hormônios, especificamente a eritropoetina – que participa na formação de glóbulos vermelhos; a vitamina D – que ajuda a absorver o cálcio para fortalecer os ossos; e a renina – que intervém na regulação de pressão arterial.

Conhecida como “epidemia silenciosa”, a doença renal crônica atinge, principalmente, pessoas com hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus ou glomerulonefrites. Na maioria das vezes, ela chega de forma lenta, progressiva e quase sem sintomas.

Embora a doença renal seja, em geral, silenciosa, existem casos em que a pessoa sente alguns sintomas. Os sinais e sintomas mais conhecidos são: hipertensão arterial, urina com sangue, urina com espuma (presença de proteínas na urina), edemas, eliminação de urina muito clara (como água), anemia (palidez, cansaço, dor no peito e sonolência).

Em situações nas quais a enfermidade está muito avançada, pode haver perda do apetite, náuseas, vômitos, cãibras, prurido (coceira), perda de memória, falta de concentração, tremores, insônia ou sonolência.

Nestas fases, quando os rins param de funcionar, duas medidas podem ser tomadas: a substituição por diálise ou, em casos possíveis, um transplante renal. 

Para que o diagnóstico seja feito o mais cedo possível, é muito importante a realização do exame de creatinina, uma das análises incluídas nas solicitações de hemogramas pedido pelo médico nas consultas periódicas.

Esse exame pode salvar vidas, pois com base nos valores constatados o médico pode avaliar a quantidade de creatinina presente no sangue e, se o valor estiver muito acima dos níveis considerados normais, isso pode indicar insuficiência renal – apenas como curiosidade, o valor normal deve estar entre 0,7 e 1,3mg/dl (homens) e entre 0,6 e 1,2mg/dl (mulheres).

E esse problema é mais comum do que se imagina. No Brasil, cerca de 90 mil pessoas realizam diálise peritoneal ou hemodiálise, que são os dois tipos de diálise. Apesar da qualidade de vida geralmente inferior, o tratamento é de alta tecnologia e alto custo.

Atualmente, estima-se que 10% da população tenha algum grau de doença renal. O número chega a dobrar em pessoas entre 65 e 75 anos.

A inflamação crônica dos rins – ou nefrite – ainda é a principal causa de insuficiência renal nos brasileiros, seguida do diabetes e da hipertensão arterial (pressão alta).

Cálculos renais (pedras nos rins), infecções urinárias de repetição e doenças menos frequentes, como a doença policística dos rins, também podem gerar a insuficiência. Ao contrário do que se pensa, muitas dessas doenças podem se manifestar já na infância.

Assim, é importante realizar as consultas médicas periódicas, que são preventivas, manter seus exames de sangue e urina atualizados e consultar seu médico de confiança se perceber um ou mais dos sintomas descritos anteriormente.

Você também pode cuidar bem dos rins adotando alguns hábitos saudáveis.

  • Diminua o consumo de sal nos alimentos.
  • Beba bastante água, mantenha uma alimentação saudável e pratique exercícios físicos com regularidade.
  • Não fume e mantenha um peso adequado.
  • Monitore regularmente sua pressão arterial.
  • Cuidado na hora de utilizar algum medicamento. Remédios só com a indicação do médico.