Otite pode causar sérios problemas se não for tratada

Dor no ouvido, coceira intensa, sensação de tontura. Cuidado! Esses podem ser sintomas da otite, uma inflamação ou infecção no ouvido, que pode ser causada por vírus, bactérias, fungos ou alergias. Uma doença muito comum em crianças, mas que pode atingir adultos. Saiba mais.

Otite é um termo médico usado para denominar infecções e inflamações em uma das regiões do ouvido. Muito frequente entre bebês e crianças, a otite provoca dor e desconforto e pode ser causada por bactérias, fungos, vírus e alergias.
A otite média aguda é a mais comum e atinge frequentemente crianças entre 6 meses e 2 anos de idade, fase em que a tuba auditiva é curta e a imunidade ainda é imatura.
Embora seja mais comum em crianças, existem casos de otite em adultos e, mais uma complicação, existe mais de um tipo de otite e estão relacionados com a localização da inflamação.
A mais comum é a otite externa, que pode surgir em decorrência do uso inadequado do cotonete ou do próprio dedo no ouvido, também pode aparecer após contato com água, em geral após uso da piscina, cachoeira, praia ou outro ambiente com água.
Outro tipo de otite é a otite média, que pode ser provocada em decorrência de quadros de infecções das vias aéreas superiores, como gripes, resfriados e em quadros rinossinusais, uma das doenças mais comuns das vias aéreas superiores, causada pela inflamação da mucosa do nariz e dos seios paranasais.

Nas otites externas, a queixa mais comum dos pacientes é a dor de ouvido, perda da audição temporária, coceira intensa no ouvido e eliminação de secreção.
Já nas otites médias, embora os pacientes também se queixem de dor de ouvido e possa ocorrer secreção na orelha e perda auditiva, existem outros sintomas gerais como febre, irritabilidade, agitação noturna, dor abdominal, vômitos, diarreia, diminuição na ingestão de líquidos e alimentos e sonolência.
Em ambos os casos o diagnóstico é baseado nas queixas e relatos dos pacientes associados à um exame detalhado no ouvido, inclusive no seu aspecto físico para detectar a presença de traumatismo ou dor ao manipular a cartilagem do ouvido externo ou da própria orelha, além de verificar se existe e qual o tipo da secreção.
Para o diagnóstico o médico utiliza a ajuda da otoscopia, que é o exame realizado no consultório com o equipamento chamado otoscópio, onde ele pode observar o interior da orelha.
Dependendo da avaliação médica, geralmente, efetuada por um otorrinolaringolista (também chamado de otorrino), pode ser indicada uma aspiração e avaliação da secreção com microscópio.
Em alguns casos de otites externas, poderão ser realizados curativos ou uso de medicamentos locais, para posterior reavaliação. Em outros podem ser necessários exames da secreção, biópsias, audiometrias e tomografias.
O tratamento nos casos de otites externas pode ser apenas a aplicação de medicamentos locais e aspirações para remoção de secreção (se necessário), mas pode ser necessário curativos com soluções antimicóticas e/ou antibióticas, cauterizações de lesões e remoção de cerume.
Em casos decorrentes de coceira intensa, é indicado que se evite o uso de cotonetes e exposição à água – em casos mais agudos pode ser recomendados tampões para evitar contato com água durante a fase de tratamento.

Nas otites médias, podem ser adotados os mesmos procedimentos, além de indicação médica de anti-inflamatórios, antibióticos, analgésicos e antitérmicos associados a limpezas nasais.
Caso a otite não seja tratada corretamente pode haver uma reincidência da inflamação e se for isso se tornar recorrente, com secreção sanguinolenta ou dor muito intensa que não respondem ao tratamento convencional ou em pacientes imunocomprometidos, idosos ou lactentes, pode ser necessária uma investigação otorrinolaringológica mais acuada.
Complicações de otites médias agudas podem ocorrer quando barreiras anatômicas da orelha média são rompidas por algum processo infeccioso, permitindo que ocorra uma extensão da infecção para outras regiões do osso temporal e para o crânio e, embora seja menos frequente, a infecção pode se espalhar pela via sanguínea.
Para se se prevenir devemos evitar exposição a fatores irritativos locais e o uso de cotonetes, evitando os casos de otites externas.
Nas otites médias, a profilaxia é cuidar dos quadros de vias aéreas superiores, realizando a lavagem das narinas com soluções salinas.
Para as crianças, que são os casos mais frequentes, devemos incentivar as mamães ao aleitamento materno, bem como orientar para que as amamentações sejam feitas com a criança em posição elevada, além de evitar a exposição dos pequenos a fumaça do cigarro e evitar o uso de chupetas, bem como manter o calendário de vacinação em dia.
Cuidados com o cotonete na higiene das orelhas
Devem ser utilizados apenas na orelha externa, ou seja, na parte de fora, e nunca ser introduzido no ouvido.
Evitar:
● Introduzir o cotonete dentro do ouvido. Eles devem se restringir à limpeza da orelha externa;
● Utilizar objetos para empurrar a cera ou coçar o ouvido, pois se corre o risco de sofrer traumas graves;
● Introduzir corpos estranhos no canal auditivo, como água oxigenada ou cera de vela, supondo que tais substância são benéficas para o ouvido. Além de não possuírem eficácia, podem ferir gravemente o órgão.
