Cuidado: aquilo que parece coisa rotineira pode ser um vício
Quando falamos em vício, a primeira coisa que vem à cabeça é o álcool e as drogas. Porém, o que muita gente esquece é que o vício não se limita somente a isso, mas a uma série de fatores que fazem desse problema algo muito mais profundo do que pensamos e pode ser uma doença física e psicoemocional. Descubra.
Quando falamos em vício, a primeira coisa que vem à cabeça é o álcool e as drogas. Porém, o que muita gente esquece é que o vício não se limita somente a isso.
A palavra vício vem do latim “vitium”, que significa “falha ou defeito”. Segundo definição do dicionário Michaelis, vício é um defeito físico ou moral; imperfeição grave de uma pessoa ou coisa.
Já no dicionário Aulete, a definição de vício também pode ser “dependência física e/ou psicológica de determinada substância ou prática”, o que se alinha com o conceito da Organização Mundial da Saúde (OMS), que classifica o vício como uma doença física e psicoemocional.
A dependência é uma doença crônica. Mas como é causada por fatores genéticos, biológicos, psicológicos e ambientais, identificá-la é sempre um desafio. Ela afeta as funções de recompensa, motivação e memória do cérebro, prejudicando o autoconhecimento e o autocuidado.
Essa dependência exacerbada, torna qualquer tipo de vício um problema tão sério quanto aqueles relacionados a substâncias como o álcool, drogas e remédios, pois eles se tornam mais importantes para a vida da pessoa do que qualquer outra atividade, causando impactos físicos, psicológicos e emocionais.
O limite entre um hábito e o vício está nas consequências que eles causam na vida da pessoa. O vício afasta o indivíduo de sua essência e faz com que foque mais na obtenção do prazer através da dependência do que na vida que antes levava, nem que isso signifique se afastar de amigos e familiares, mentir, se prejudicar no trabalho e mudar completamente o curso de suas ações, objetivos e sonhos.
Como se não bastasse, normalmente, é muito difícil para uma pessoa reconhecer e admitir que está viciado em algo. Em geral, somente alguém que observa este processo em outra pessoa consegue identificar um vício e esse apoio é fundamental na ajuda a quem está enredado nessa situação.
Ter uma rede de suporte é essencial para todos, mas para quem precisa de ajuda para vencer essa situação de dependência é ainda mais importante.
Para se livrar de um vício é necessário primeiro reconhecer que ele existe. Parece óbvio, mas em muitos casos identificar que um hábito se tornou irresistível e está afetando a qualidade de vida pode ser tão ou mais complexo do que se livrar dele.
A primeira providência para ajudar que apresenta dependência, seja ela química ou não, é acolher estas pessoas e ajuda-la, sem críticas ou acusações, mas colocando-se a disposição para perceber que algo está errado e que existem profissionais de saúde capacitados para ajudá-lo.
Nesse sentido, a psicologia investigará não só as consequências, mas também as motivações, origens e características do vício e de seus dependentes, pois essa situação pode ser um mecanismo de fuga emocional que visa a obtenção de prazer e extinção da dor.
Álcool e drogas são os vícios mais destacados, pois, de acordo com o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou, em 2021, mais 400 mil atendimentos a pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de drogas e álcool.
No entanto, esses não são os únicos vícios que podem afetar a saúde e bem estar de uma pessoa. Existem casos de pessoas que apresentam dependência de outras substâncias ou práticas que são tão ou mais prejudiciais que bebidas e drogas ilícitas, tais como: açúcar, trabalho, jogos de azar, pornografia, sexo, medicamentos e, uma das que mais cresce o número de viciados, a tecnologia.
Vício em tecnologia é um dos mais preocupantes nos dias atuais. Mais e mais pessoas tornam os aparelhos celulares, tablets, videogames e outras “bugigangas eletrônicas” extensões de seus corpos.
A Universidade Estadual de São Francisco, na Califórnia (EUA), realizou um estudo no qual se constatou que o vício em smartphones, por exemplo, forma conexões neurológicas parecidas com as de viciados em opiáceos.
O vício em internet e em redes sociais assusta. A empresa de marketing Digital Clarity fez um levantamento em que 16% admitem gastar mais de 15 horas por dia na internet.
Assim como muitas outras dependências, o vício em games, internet, e tecnologias em geral pode estar associado à baixa autoestima, depressão e mal-estar. Além disso, a conexão às redes sociais permite uma satisfação pessoal com o ego.
Mas, que fique bem claro: a tecnologia não é a inimiga, mas sim uma aliada. O problema está no uso inadequado dessas ferramentas, substituindo o convívio social pelo “chat”, a leitura e outras atividades de desenvolvimento cognitivo por horas a fio na frente de telas e, principalmente, a sensação de paralisia e ansiedade por estar sem o celular ou tablet nas mãos.
Seja o vício em álcool e drogas, internet, trabalho ou qualquer outro, o mais importante é saber que existem maneiras de controlá-los. O caminho mais recomendado é a procura de um psicólogo ou psiquiatra. Esse profissional, além de investigar as origens do problema, também irá traçar técnicas para que a dependência emocional termine.
É preciso desassociar a ideia positiva que o vício traz, e para isso, o psicólogo usará de muitos métodos para conseguir atingir esse objetivo. Além disso, irá tratar os efeitos causados pela dependência, como a depressão, ansiedade, baixa autoestima, dentre outras consequências psicológicas que o vício acarreta.
Se você enfrenta algum tipo de vício ou conhece alguém que precisa de ajuda, não lute sozinho. As equipes DANA e DANAMED estão a sua disposição. Se precisar de apoio e orientação, conte conosco, temos nosso serviço de escuta psicológica a sua disposição: